Escrevi este texto em versos para homenagear os professores do IFSul - Campus Charqueadas, meus colegas, e ele passa a fazer parte, aqui neste espaço, da série POEMAS DE CIRCUNSTÂNCIA.
“Como não lecionava para o bem de meus semelhantes, senão apenas em função de minha própria subsistência, vi completamente malograda minha empresa.”
David Henry Thoreau (1817-1862),
escritor norte-americano
David Henry Thoreau (1817-1862),
escritor norte-americano
Vou cantar à moda
antiga
Bons colegas
professores
Toda em rima esta
cantiga
Com seus sons, talvez
sabores
Dos cordéis lá do
Nordeste
Que, nascendo em chão
agreste,
Vêm deleitar os
doutores
Do Assaré um
“Patativa”
Inda que sem instrução
Teve veia criativa
Mostrou gênio e
vocação
Cabra xucro e sem
dinheiro
Foi poeta verdadeiro
Hoje é orgulho da
Nação
Da escola retirado
Nem o ano terminou
Foi buscar seu
“eldorado”
Não nos versos que
inventou
Mas na roça onde, de
enxada,
Desde alta madrugada
O “pão-nosso” ele
cavou
Mas à noite meditava
Versos que não soube
ler
Pois a escrita, coisa
brava,
Nunca pôde compreender
No entanto, meus
amigos,
À maneira dos antigos
Na cabeça os fez
nascer
Sirva este só exemplo
Para os mestres de
lição
É a escola sempre o
templo
Do saber e formação?
Quantos homens neste
mundo
Mostraram valor
profundo
Mesmo sem “educação”!
Mas não quero neste
dia
Desfazer do professor
Muito menos me valia
Recusar o seu valor
A questão que aqui
coloco
É mudar antes o foco:
Não se aprende sem
amor
Um poeta americano
Que viveu no novecento
Escreveu ser mais que
insano
Tanto esforço, tanto
acento
No saber que ao lucro
preste
Porque o verdadeiro
mestre
É o que busca o bem
humano
E esse bem anda por
onde?
Meus amigos, lhes
pergunto
Em que parte ele se
esconde
Que demora em estar-nos
junto?
Mais vale a mão
estendida
Do que a solidão
erguida
Sobre o frio e douto
assunto
Saber algo é preciso
Disso não há duvidar
Mas o teto sem o piso
Não flutuará no ar
E hoje num mundo em
crise
É mister que se revise
O que temos a ensinar
O primeiro mandamento
É viver bem e à
vontade
Não deixar que leve o
vento
O pilar da igualdade
Que esta siga
firmemente
Sempre forte e presente
Dando base à sociedade
Numa escola como em
tudo
Nada deve ser assim:
Manda em cima, embaixo
mudo
Só a sinalizar “sim”
Ouvir por vezes um
“não”
Faz parte da construção
Do melhor e justo fim
Outro mandamento exato
É visar ao integrado
Pois o homem, eis o
fato,
Nunca teve só um lado
Somos muitos num só
dia
Sempre o mesmo,
todavia:
Herdeiros do mesmo fado
De que vale um
especialista
Inda assim tão verde a
erva?
Melhor conhecer a lista
Do que o mundo nos
reserva
Mais vale ensinar o
jeito
Do que fornecer
conceito
Que a Ciência não
preserva
Talvez algo mais
tivesse
A dizer-lhes, meus
senhores,
Mas o muito a gente
esquece
E o pouco tem seus
louvores
E já dando adeus eu
quero
Deixar inda um mui
sincero
“PARABÉNS
AOS PROFESSORES!”
(Prof.
Conrado
Abreu Chagas, outubro de 2011)
Lindo!
ResponderExcluirThanks, Jana amada! Creio em ti e em teu discernimento, é claro, mas também me vem à mente aquela máxima inglesa (seria inglesa?) de que "beauty is in the eye of the beholder".
ResponderExcluirBeijo!
Conrado, amado cunhado, um professor como tu é que me faz (ainda) acreditar no futuro da educação! Educação essa que é tão desvalorizada e 'avacalhada' pelos governantes. Apesar de tudo ainda tem professores que, com muito amor, fazem o melhor!
ResponderExcluirIara, minha cunhada favorita!
ResponderExcluirMuito obrigado pelas palavras de incentivo e o carinho.
Beijo!